FLAVIO DINO: “VAMOS ELIMINAR O CORONELISMO E O PATRIMONIALISMO”

Do Blog do Ed Wilson

Flavio Dino defende aliança ampla e governo participativo para mudar o Maranhão

O presidente da Embratur e pré-candidato a governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), concedeu entrevista ao Blogue do Ed Wilson. Pregando a unidade das oposições em uma aliança ampla, Dino propõe um governo participativo voltado para superar os péssimos indicadores sociais. “Chega de ver o Maranhão como campeão de injustiça social”, protestou.

Ele considera a mudança no Maranhão uma tarefa das forças progressistas, democráticas e populares. Colocando-se à “margem esquerda do rio”, Flavio Dino defende um debate autêntico e respeitoso sobre o Maranhão e queixa-se dos ataques da mídia sarneísta.

“Eles não aceitam que eu tenha recusado, e continue a recusar, as tentativas de me comprar ou de me intimidar. Sei que minha coragem e dignidade os incomodam. Mas com a proteção de Deus e a força do nosso povo vamos vencer”, destacou.

VEJA ABAIXO A ENTREVISTA COMPLETA.

Blogue – Qual o significado da vitória de Edivaldo Holanda Junior (PTC) em São Luís?

Flavio Dino – Um novo caminho para a gestão pública em São Luís, que resultará em melhoria da qualidade de vida na nossa cidade. No plano político, a vitória de Edivaldo representa o fortalecimento do campo democrático e popular contra o poder dos coronéis.

Blogue – O sucesso ou fracasso da gestão de Edivaldo Holanda Junior vai impactar na sua candidatura ao governo. Quais as expectativas em relação ao novo prefeito?

Flavio Dino – As melhores possíveis. Ele fará uma administração inovadora, com muitos avanços. Ao fim dos 4 anos, ele será avaliado como um grande prefeito.

Blogue – Além da vitória na capital, como foi o desempenho do seu grupo político nos outros municípios do Maranhão?

Flavio Dino – Trabalhamos em aliança com vários partidos e obtivemos muitas vitórias políticas e eleitorais, enfrentando fraudes, violência e abuso do poder econômico. Estou satisfeito.

Blogue – Sua pré-candidatura já tem um esboço do programa de governo? Quais seriam as diretrizes para alavancar o desenvolvimento do Maranhão?

Flavio Dino – Vamos construir o programa de governo de modo participativo, como sempre fizemos. Naturalmente as diretrizes que apresentamos em 2010 permanecem válidas. Queremos um novo modelo de desenvolvimento para o Maranhão, voltado para superar os péssimos indicadores sociais. Chega de ver o Maranhão como campeão de injustiça social. Além disso, vamos eliminar o coronelismo e o patrimonialismo no comando do aparato público estadual.
Blogue – Você é candidato pelo partido comunista, mas talvez a solução para o Maranhão seja a abertura para o capitalismo produtivo como forma de quebrar o esquema patrimonialista. O que pode surgir dessa contradição?

Flavio Dino – Os investidores privados são importantes para gerar empregos e oportunidades de negócios para as empresas locais. Os empresários não serão mais extorquidos ou chantageados. Não quero ser sócio de ninguém. Quem cumprir as leis, respeitar os direitos humanos e preservar o meio ambiente será muito bem tratado.

Blogue – Há um sentimento de renovação no Maranhão, mas além do aspecto cronológico e dos significados do dicionário, o que sua candidatura representa de novo no cenário político?

Flavio Dino – Mudar o Maranhão de verdade não é tarefa para uma única pessoa. É preciso reunir forças progressistas, democráticas e populares em torno de um programa avançado, com mudanças claras. É isso que estamos fazendo, com coragem e serenidade.

Blogue – Como estão as articulações para a construção da frente de oposição à oligarquia Sarney? Quais partidos serão convidados?

Flavio Dino – Precisamos de uma aliança ampla. Todos que quiserem acabar com a pobreza, as injustiças, a negação de direitos ao povo, estão convidados.

Blogue – Cogita uma aliança com o PSDB?

Flavio Dino – Claro que sim.

Blogue – Qual será o tamanho do ex-governador José Reinaldo Tavares na frente de oposição?

Flavio Dino – O governador Zé Reinaldo é uma grande liderança, teve um papel decisivo para a vitória de Jackson Lago em 2006. Foi o terceiro senador mais votado em 2010. Sua presença foi e é muito importante. Zé Reinaldo e todas as lideranças do PSB, como o companheiro Roberto Rocha, serão muito importantes em 2014.

Blogue – Qual será a tendência predominante na coligação que você está liderando para disputar o governo do Maranhão em 2014: esquerda, centro ou centro-direita?

Flavio Dino – Fiz uma opção de vida clara, desde 1983. Sempre estive na margem esquerda do rio. Quanto à nossa coligação, repito: todos que quiserem acabar com a pobreza, as injustiças, a negação de direitos ao povo, estão convidados.

Blogue – Você é criticado pelas aproximações com figuras públicas como o ex-prefeito de Caxias, Humberto Coutinho, a quem denominou de “co-piloto” na sua candidatura ao governo em 2010. Coutinho estará no palanque de 2014?

Flavio Dino – Espero que sim. Humberto fez dois governos muito bem avaliados em Caxias. Por exemplo, construiu 6.500 casas e dezenas de escolas. Além disso, teve muita determinação em 2010. Ele se manteve firme, quando eu não tinha nem 10% nas pesquisas.

Blogue – Você espera obter o apoio de Lula, Dilma e do PT do Maranhão?

Flavio Dino – Ficarei muito honrado com esses apoios. Espero que aconteçam. Tenho certeza de que esse é o desejo da imensa maioria dos petistas, em todo o país e no Maranhão. Lembro que vencemos a convenção estadual do PT em 2010. E, por decisão da presidenta Dilma, faço parte do seu governo.

Blogue – A deputada estadual Eliziane Gama (PPS) pretende liderar uma terceira via, colocada como alternativa aos grupos liderados por você e pelo senador José Sarney (PMDB). Como analisa esse movimento?

Flavio Dino – Eliziane é uma amiga muito querida, admiro seu mandato parlamentar. Desejo que ela esteja conosco em 2014. Mas se outra for a opção dela, respeito democraticamente.

Blogue – Qual será o melhor adversário na eleição para o governo em 2014: o ministro das Minas e Energia Edison Lobão ou o chefe da Casa Civil Luís Fernando Silva?

Flavio Dino – Esse é um assunto interno da oligarquia Sarney. Creio que nesse momento em que há uma disputa no grupo deles, devemos aguardar respeitosamente.

Blogue – Qual o maior desafio para mudar o Maranhão?

Flavio Dino – Enfrentar as baixarias de quem não quer um debate político autêntico e respeitoso. Todos os dias a máquina de propaganda da oligarquia Sarney mente e me agride. Eles não aceitam que eu tenha recusado, e continue a recusar, as tentativas de me comprar ou de me intimidar. Sei que minha coragem e dignidade os incomodam. Mas com a proteção de Deus e a força do nosso povo vamos vencer.

Blogue – Você pretende solicitar observadores nacionais para acompanhar o processo eleitoral de 2014?

Flavio Dino – Nunca pensei nisso. Vamos analisar no tempo próprio.

Blogue – Na condição de executivo do turismo (presidente da Embratur), como você avalia as súbitas mudanças sobre poluição e despoluição nas praias de São Luís?

Flavio Dino – Falta transparência nesse e em outros temas administrativos. Isso é um grave erro. Sem um sistema respeitado de mensuração da qualidade das praias, não se consegue convencer ninguém e ainda se expõe a saúde da população a riscos. Espero que o governo do estado mude a sua conduta.

PMDB e Juca Martins foram os principais doadores da campanha de Zé Martins

O Comitê Financeiro Municipal Único, o Diretório Estadual do PMDB e o ex-prefeito Juca Martins (PMDB) foram os maiores doadores da campanha do prefeito eleito de Bequimão, Zé Martins (PMDB), de acordo com a prestação de contas apresentada pelo candidato à Justiça Eleitoral.

Segundo a prestação de contas, foram arrecadados R$ 132,2 mil. Deste total mais da metade dos recursos cerca de R$ 80 mil foi doada somente pelas três fontes citadas. O Comitê Financeiro Municipal Único doou R$ 50 mil em cheque; o Diretório Estadual do PMDB doou R$ 20 mil também em cheque, enquanto o ex-prefeito doou cerca de R$ 18 mil estimado.

Clique sobre a imagem abaixo e veja a relação de doadores de campanha do prefeito eleito:

Flávio Dino tem 62% das intenções de voto para o governo do Estado

Do Jornal Pequeno

Pesquisa encomendada pelo Jornal Pequeno ao Instituto Amostragem revela que se a eleição para o governo do Estado fosse hoje o presidente da Embratur, Flávio Dino, lideraria com folga na espontânea e em todos os cenários estimulados.

Na media, de quatro cenários prováveis no pleito de daqui a 22 meses, ele teria 61,99% dos votos. A pesquisa foi realizada no período de 15 a 17 deste mês e ouviu 1.300 eleitores em 40 municípios localizados em todas as regiões do estado.

Na espontânea, aquela em que o entrevistador não apresenta o nome dos prováveis candidatos, Flávio Dino lidera com 17,92% das intenções. Em segundo lugar aparece o nome da governadora Roseana Sarney, que não poderá disputar nova reeleição em 2014, com 9,38%. O secretário Luis Fernando é lembrado por 1,62%; ministro Edison Lobão por 1,38% e os outros nomes com pontuação abaixo de 1%, entre os quais João Castelo, Tadeu, Edivaldo Holanda, Gastão Vieira.

Cenários – No primeiro cenário estimulado, Flávio Dino tem 55,54% contra 31,92% de Edison Lobão (PMDB). No segundo cenário, Dino tem 62,06% e o senador João Alberto (PMDB) aparece com 23,31%. Na terceira hipótese apresentada, Flávio Dino tem 63,08% e o secretário Luís Fernando (sem partido) fica com 20,15%. E no quarto cenário, Flávio Dino tem 67,31% e o ministro Gastão Vieira (PMDB) tem 16,23%.

Rejeição – O ministro Edison Lobão lidera a rejeição. 38,38% dos entrevistados disseram que não votariam no ex-governador de jeito nenhum. O senador e também ex-governador João Alberto tem rejeição de 25,54%; Gastão Vieira de 24,77%; Luís Fernando de 20,77% e Flávio Dino de apenas 12,62%.

83,69% dos maranhenses querem renovação e mudança no estado

A pesquisa informa também que o sentimento de renovação e mudança na política estadual é o predominante no eleitorado. 83,69% dos entrevistados disseram que o melhor para o futuro do Maranhão é eleger um governador que represente a mudança. Apenas 12,31% acham que o melhor para o estado é a continuidade do grupo Sarney no comando do Maranhão.

‘Há um sentimento forte de esgotamento do atual ciclo de domínio político no Maranhão. A necessidade de renovação e mudança é detectada até na faixa do eleitorado pesquisado que aprova o governo Roseana Sarney’, aponta relatório descritivo da pesquisa.

Corregedor recebe comissão do Incra, MST e Procuradoria da União

Corregedor recebe comissão do Incra, MST e Procuradoria da UniãoRepresentantes das instituições conversaram sobre ações de desapropriação de áreas da Região Tocantina.

Da Assessoria de Comunicação da CGJ

O corregedor-geral da Justiça do Maranhão, Des. Cleones Carvalho Cunha, recebeu, na última semana, representantes do Incra, MST e da Procuradoria da União para uma reunião sobre as ações de desapropriações de terras no interior do Maranhão. As questões principais colocadas em pauta pela comissão referem-se a áreas na Região Tocantina.

De acordo com informações do Incra, representado na reunião pelo superintendente José Inácio Rodrigues e pela ouvidora Agrária Lucélia Karla Moura, a polícia estaria promovendo a realização de desapropriações em determinadas áreas sem estar de posse do mandado e decisões liminares da Justiça estariam sendo concedidas sem que o Incra e outras instituições fossem ouvidas.

“Estamos conseguindo derrubar na segunda instância algumas liminares relacionadas a áreas nas quais os moradores têm anos e anos de residência. Algumas áreas, cuja desapropriação é determinada em liminar, já estão até em processo de titularização”, comentou o superintendente do Incra, José Inácio Rodrigues.

O corregedor-geral Cleones Cunha informou à comissão que já foi enviado aos juízes orientação para que nesses casos sejam sempre realizadas audiências prévias de justificação e consulta aos órgãos competentes. “Sempre digo que a audiência de justificação e uma visita ao local, ainda que informal, é o melhor a ser feito nesses casos. A orientação sobre isso já foi enviada a todos os magistrados, mas, ainda assim, entrarei em contato com os magistrados responsáveis pelas decisões relacionadas às áreas indicadas por vocês para avaliar o que está ocorrendo”, se comprometeu o corregedor, lembrando que depois de proferida a decisão, não é correto a Corregedoria interferir.

As áreas em questão são: Ouro Preto, Cipó Cortado e Beira Rio, que são objeto de ações nas comarcas de Buriticupu, Senador La Roque e Montes Altos. “Sempre que se fica sabendo de uma liminar, a situação nas áreas fica tensa e possibilidade de conflito é levada em conta. Em Cipó Cortado, por exemplo, quando estávamos num clima bastante tenso, a sua ida [do corregedor-geral] ao local acalmou toda a comunidade”, relembra José Inácio Rodrigues. O corregedor-geral Cleones Cunha visitou a comunidade Cipó Cortado em junho, durante inspeção a algumas comarcas da Região Tocantina.

Para formalizar as solicitações da comissão à Corregedoria Geral da Justiça (CGJ-MA), o corregedor Cleones Cunha pediu que um documento fosse preparado pelos representantes das instituições e enviado à CGJ.

Participaram da reunião, também, o procurador-chefe da União no Maranhão, Ivo Lopes Miranda, o advogado da União Ewerton Pacheco, o coordenador do programa Terra Legal no Maranhão, Jowberth Alves, e representantes do MST e das comunidades em questão.

EDUCAÇÃO E CONSCIÊNCIA

Por: José Reinaldo Tavares 

A sorte da maioria dos governantes, notadamente aqueles que não se importam com a sorte da população, desde que estas não consigam se aperceber de como estão sendo enganadas, é que grande parte da comunidade é crédula e se orienta por informações que lhes são dadas, sem análise crítica por parte delas.

Estou falando da atitude das famílias em relação a educação de seus filhos. Não estou dizendo que as famílias não saibam da importância da educação para o futuro dos seus filhos. Isso elas sabem e muito bem. Mas, então, por que nas pesquisas nunca aparece a educação como prioridade para a população pesquisada? Parece até que elas estão satisfeitas com a educação que é ministrada aos seus filhos.

Isso se da porque as famílias maranhenses acreditam que cumprem as suas obrigações ao colocarem seus filhos nas escolas públicas mais próximas das suas casas. Tanto tem consciência da grande importância das escolas no futuro deles que ao ter acesso a uma pesquisa qualitativa, anos atrás, após uma prolongada greve de professores durante o governo de Jackson Lago, li que as mães estavam muito zangadas com ele por não resolver logo essa greve e assim permitir que os seus filhos pudessem novamente ter aulas. Elas diziam ‘Qual vai ser o futuro dos meus filhos sem estudarem? Eles estão sendo muito prejudicados com isso. Isso não pode acontecer.’ Assim, não há dúvidas de que a população sabe da importância da educação para o futuro dos seus filhos. Não há dúvidas sobre isso. Eles sentem que estão fazendo tudo que podem pelo futuro deles ao deixá-los todos os dias no colégio. O que não sabem é se aquela escola está realmente dando aos seus filhos um bom nível de educação que os permita ir em frente.

Como é de quase 100% o número de alunos, que na idade certa, estão matriculados nas escolas, parece que essa grande preocupação com a educação está atendida. Isso parece satisfatório e deixa de ser uma prioridade para as mães já envolvidas com tantos problemas e dificuldades no dia a dia.

É por isso que governos que não cuidam como deveriam da educação continuam a ter votos e não são pressionados e nem cobrados por isso.

As famílias, principalmente as mães, deveriam ouvir o que disse a presidente Dilma há poucos dias no lançamento de um programa de alfabetização: ‘A insuficiência de aprendizado das crianças brasileiras da escola pública está na raiz da desigualdade e da exclusão.’

A presidente ao fazer esse alerta está coberta de razões porque tem acesso aos indicadores que medem o nível de qualidade das escolas públicas brasileiras que ficam nos últimos lugares nas competições internacionais de qualidade. E sabe também que hoje, e cada vez mais, a competição é global e é a inovação e a qualidade da mão de obra, que impulsionará, ou não, uma nação nesse mundo globalizado.

A frase da presidente define bem o que se passa no país. Acontece que esses indicadores médios do país são muito melhores que os do Maranhão que são os piores do país.

Assim, com o governo do Estado inerte e sem nada fazer para melhorar essa situação estamos destinados a criar empregos no estado para jovens de outras partes do país, contentando-se os maranhenses com empregos de baixa exigência de qualificação e, por consequência, mal remunerados.

É a desigualdade e a exclusão descritas pela presidente.

Assim não há o que comemorar por aqui enquanto a nossa educação for a pior entre todos os estados.

É necessário que as mães e os pais de família tomem consciência disso e possam se indignar com esse estado de coisas e passem a pressionar os governos e exigir que a educação passe a ser, de verdade, uma grande prioridade nesse estado. Tudo mudaria se ameaçassem não mais votar em quem não conseguisse melhorar esse estado de coisas.

Para que isso possa acontecer será necessário que os partidos que estão comprometidos verdadeiramente com a mudança passem a se devotar a esse tema e a conscientizar a população. É preciso que as lideranças comprometidas com a mudança abracem essa causa e a levem a população.

A presença das famílias nas escolas, participando de tudo, é mais do que comprovado como muito importante para melhorar a escola.

O economista Gustavo Ioschpe, estudioso da educação tem pregado que seria muito importante que as escolas tivessem afixado em grandes letreiros a nota que os seus alunos tiraram nos exames nacionais. As mães veriam com facilidade se aquela é uma boa escola ou não, tendo acesso fácil a nota que ela tirou. Se não fosse boa sairia em busca de uma escola melhor, que tenha uma nota mais alta, para matricular seus filhos.

Isso obrigaria o governo a se mexer, assim como a diretora e os professores daquela escola.

Seria um passo gigantesco no sentido da melhora do ensino de nossas escolas públicas.

O ex-governador José Reinaldo Tavares escreve para o Jornal Pequeno às terças-feiras

Processo de cassação de Cleber Verde na reta final

Do Blog do Gilberto Leda

O desembargador José Bernardo Silva Rodrigues, relator da representação eleitoral que questiona o mandato do deputado federal Cleber Verde (PRB), deve determinar, nos próximos dias, o rumo dos acusados de prática de crime eleitoral: além do parlamentar federal, são réus no processo seu irmão, o superintendente federal da Pesca e Aquicultura do Maranhão, Júnior Verde, e o deputado estadual Edson Araújo (PSL).

Os três são acusados de abuso de poder político. Eles foram flagrados, na campanha de 2010, usando um evento da Superintendência da Pesca e Aquicultura do Maranhão, na Asfem-Filipinho, e que contou com a participação de pescadores e presidentes de colônias, para pedir votos.

Na representação à Justiça, o Ministério Público Eleitoral pede a cassação do diploma de todos os envolvidos, cassação de seus registros, aplicação de multa e declaracão de inelegibilidade dos réus por oito anos.

O processo pode entrar já na próxima pauta do Pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão, ainda este mês.

 

MPF/MA move ação contra ex-secretário de Esporte e Juventude do Maranhão

Weverton Rocha aplicou indevidamente mais de seis milhões de reais advindos do FNDE

Da Assessoria de Comunicação / Procuradoria da República no Estado do Maranhão

O Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA) propôs ação civil contra o ex-secretário de Estado de Esporte e Juventude (SESPJUV), Weverton Rocha Marques de Sousa, por irregularidades detectadas na aplicação de recursos federais do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem Urbano). O ex chefe da assessoria jurídica da SESPJUV, Cléber Viegas, e Zeli Raquel da Rocha também foram acionados.

Em 2008, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) transferiu para a SESPJUV R$ 6.930.900,00 destinados à Formação Profissional do ProJovem Urbano. Weverton Rocha, então secretário, contratou por meio de dispensa indevida de licitação a Fundação Darcy Ribeiro (Fundar) e o Instituto Maranhense de Administração Municipal (Imam).

Para justificar a contratação direta, o então assessor jurídico da SESPJUV Cleber Viegas elaborou parecer jurídico alegando inexigibilidade de licitação, porém, em análise do documento, foi verificado que o parecer foi montado com o nítido propósito de conferir um aspecto de legalidade ao processo de contratação direta.

Conforme apontado em relatório de auditoria da Controladoria Geral da União (CGU), Weverton Rocha, com a participação de Zeli Raquel, autorizou a liberação indevida de pagamentos de despesas fictícias, que totalizou R$ 6.098.010,00.

Na ação, o MPF pede à Justiça Federal que os três sejam condenados nas penas previstas na Lei de Improbidade Administrativa (perda do cargo público, suspensão dos direitos políticos e multa), e, ainda, que devolvam ao erário todo o dinheiro gasto indevidamente.

Navegar é Preciso e Fascinante*

José Lemos

No texto de hoje vou me permitir uma variante de uma expressão de navegadores portugueses antigos (“navegar é preciso, viver não é preciso”), fascinados pelas aventuras das viagens marítimas e que Fernando Pessoa transformou numa belíssima poesia. A interpretação que me permito é a de que a vida é imprevisível. Isto porque a nossa trajetória neste planeta é marcada por fortes componentes aleatórios. Há indefinições no que pode nos ocorrer durante a nossa breve estada por aqui. Planos bem traçados podem esbarrar em imprevistos desagradáveis. Não é por acaso que os cristãos que falam a língua portuguesa quase sempre usam a expressão “se Deus quiser”, quando se referem a algo que acontecerá no porvir.

O termo técnico “Esperança de Vida ao Nascer” tenta aferir o nosso tempo médio de vida. Sem entrar em aspectos técnicos enfadonhos, apenas lembro que esperança matemática é a tradicional média aritmética. A esperança de vida ao nascer associa aos anos de vida, em determinado local, uma probabilidade. Apenas aos eventos aleatórios associam-se probabilidades. Assim, ao nascer, cada um de nós tem uma probabilidade de viver determinado número de anos. Não há garantias de que aqueles anos sejam vividos. Por isso o termo “expectativa de vida ao nascer”. O ambiente em que vivemos, o estilo de vida, as posses, o acesso aos serviços essenciais, em que a qualidade da moradia é um dos mais relevantes definidores, são alguns dos elementos que ajudam para se ter uma vida mais longa, saudável e ter alguma chance de viver alguns anos a mais, ou acima da média no ambiente em que escolhemos para morar.

Sendo aleatória, a vida pode nos aprontar acontecimentos imprevisíveis e imponderáveis. Eventos, que imaginamos somente acontecerem nas nossas vizinhanças podem bater na nossa porta e tornar-se visita inconveniente. É provável que um dia sejamos surpreendidos por situações indesejadas. Quase sempre não estamos preparados para elas.

Nós, seres humanos, quase sempre, apenas valorizamos a vida, na forma que deveríamos, quando nos deparamos com fatos que acreditávamos que jamais chegassem à nossa casa, à nossa família, ou em nós mesmos. Nesses momentos partimos para a reflexão no que provavelmente acreditamos ter feito de errado. Tentamos buscar explicações que talvez não encontremos, justamente porque imaginamos que sempre fizemos tudo corretamente. Este parece ser o comportamento normal da espécie humana.

Se a vida é assim, tão incerta, por que então não aproveitá-la em plenitude? Por que não viver intensamente cada minuto, como se fosse o último? Talvez observando as coisas simples possamos encontrar um viver com mais qualidade. Que tal o acordar cedo e sair por ai caminhando, ou mesmo correndo, ouvindo as primeiras manifestações de vida no canto dos pássaros, nos primeiros raios de sol, no orvalho sobre as folhagens das ruas? Por que não olhar em volta e cumprimentar as pessoas? Por que não apreciar o cair da chuva e sentir o odor de terra molhada, seguramente um dos melhores aromas disponibilizados graciosamente para nós pela mãe natureza? Por que não chegar ao trabalho e cumprimentar a cada um dos colegas, sobretudo aqueles que exercem as funções mais humildes? Por que não acariciar as pessoas que nos amam, e que nós amamos, e dizer-lhes palavras afetuosas?

A minha mãe, todas as manhãs, ao levantar-se, sempre agradecia a Deus, por mais um dia de vida. Eu, ainda criança-adolescente, não entendia bem o porquê daquele ritual diário daquela mulher que foi o principal pilar na estrutura moral e ética da nossa família. Mal eu sabia que ali estava uma, dentre tantas, das suas sabedorias aprendidas e apreendidas longe das escolas, mas com os ensinamentos da própria vida que lhe foi longa.

Navegar é fascinante, desafiador e é uma das nossas missões aqui na terra. Enveredar por caminhos seguros, ainda que mais longos, é um desafio. Em nossa trajetória por este planeta às vezes somos tentados a trilhar por atalhos para atingir objetivos. Será que vale a pena atingir um objetivo rapidamente? As buscas frenéticas de riqueza material e de poder seriam boas metas a serem perseguidas? Os meios justificam os fins? Ainda que acreditemos que os fins sejam nobres?

Desenhamos uma trajetória para a nossa caminhada por aqui e, no decorrer do percurso podemos ser surpreendidos por um ataque cardíaco; por um acidente fatal que nos ceifa a vida, ou nos deixa com sequelas definitivas; por um câncer… Então não devemos fazer projetos para a nossa vida? Claro que devemos. Contudo, precisamos estar atentos e preparados para as armadilhas que podem se nos aparecer. Ficar antenados porque pode ser que não tenhamos tempo de pedir desculpas para pessoas que magoamos com atitudes, palavras ou gestos. Devemos, urgentemente, pedir perdão para quem magoamos. Falar “eu te amo” para as pessoas que amamos. Tentar fazer as pazes com pessoas que acreditamos serem nossos inimigos. Precisamos e devemos ter em mente que navegar, no sentido figurado ou literal, sempre será preciso, e é uma das nossas muitas missões na terra. Mas também devemos ter a sabedoria milenar de que viver não é preciso. É incerto, aleatório!

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*Artigo publicado no Jornal O Imparcial em 3/11/2012

Codevasf anuncia investimentos de R$ 127 milhões no Maranhão

Ribamar Santana / Agência Assembleia

A Assembleia Legislativa realizou audiência pública, no Plenarinho, na tarde desta quarta-feira (21), com o superintendente da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), João Batista Martins, sobre as ações a serem realizadas por esse órgão nos municípios que integram as Bacias dos Rios Parnaíba, Itapecuru e Mearim, no Estado do Maranhão. O trabalho vai beneficiar 149 municípios, o que corresponde a 77,6% ou dois terços do território maranhense, e contará com investimentos estimados em R$ 127 milhões.

O objetivo foi oportunizar o debate dos programas e projetos realizados por essa empresa pública, vinculada ao Ministério da Integração, no Estado, assim como conhecer sua metodologia de trabalho e estrutura organizacional.

A audiência foi coordenada pelo presidente da Comissão de Assuntos Municipais e de Desenvolvimento Regional da Assembleia, deputado Carlinhos Florêncio (PHS), autor da proposição, juntamente com o deputado Fábio Braga (PMDB). “A atuação da Codevasf no Maranhão é a realização de um sonho de todos nós maranhenses, em virtude do competente trabalho de desenvolvimento e revitalização das Bacias do Rio São Francisco e Parnaíba que esse órgão desenvolve ao longo de sua existência”, reconheceu Carlinhos Florêncio.

Carlinhos Florêncio fez questão de ressaltar a iniciativa do deputado federal Carlos Brandão (PSDB), que é o autor do projeto de lei que ampliou a atuação da Codevasf para as Bacias dos Rios Itapecuru e Mearim, transformado na Lei Nº 12.196, sancionada em 14 de janeiro de 2010.

Na oportunidade, o secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima), Cláudio Azevedo, disse que, se a Codevasf estivesse no Maranhão há mais tempo, a história do Maranhão seria diferente, em razão do impressionante trabalho que desenvolve nas Bacias do Rio São Francisco e Parnaíba. Ele anunciou a inauguração, nos próximos dias, no município de Santa Luzia do Paruá, da indústria de processamento de mel Prodape, que vai processar e comercializar a produção de mel da região do Alto Turi, hoje estimada em 1.500 toneladas.

AÇÕES

O superintendente da Codevasf no Maranhão, João Batista Martins, apresentou o trabalho que a Codevasf já desenvolve em vários Estados da Federação nas áreas de revitalização, irrigação e infraestrutura como, por exemplo, o de apoio ao Arranjo Produtivo Local (APL) da cadeia produtiva do mel, no Piauí, dentre outros. Ele também apresentou as ações em execução e as previstas para o estado do Maranhão.

Como meta da Codevasf, para o ano de 2012, consta a construção de 4.302 cisternas, sendo que só foram entregues, até agora, 1.302 devido à maioria das casas incluídas no projeto ser cobertas de palha, o que impossibilita tecnicamente a implementação do projeto. Para 2013, estão previstas a instalação de 22.621 cisternas de consumo, a construção de 100 sistemas simplificados de abastecimento de água, obras de esgotamento sanitário, arranjos produtivos locais e o projeto Diques da Baixada, num total estimado de R$ 127 milhões de investimentos.

DEBATE

Os deputados Eduardo Braide (PMN), Raimundo Louro (PR) e Neto Evangelista (PSDB) indagaram o superintendente da Codevasf a respeito dos procedimentos que os prefeitos devem adotar para encaminhar os projetos e do nível de amplitude do trabalho da empresa no território maranhense. O deputado Fábio Braga sugeriu que a Bacia do Rio Munim seja também incluída na área de atuação da Codevasf.

Bastante concorrida, a audiência pública contou com a presença dos deputados Eduardo Braide (PMN), Rogério Cafeteira (PMN), Léo Cunha (PSC), Raimundo Louro (PR), Jota Pinto (sem partido), Neto Evangelista (PSDB), Vianey Bringel (PMDB), André Fufuca (PSD), Carlinhos Amorim (PDT), Sérgio Vieira (PTB), os prefeitos dos municípios de Anajatuba, Monção, Olinda Nova, Vargem Grande, Esperantinópolis, Itapecuru Mirim, São João Batista, Santa Filomena, Buriti Bravo e Senador Alexandre Costa e representantes de vários outros municípios.